Solidariedade aos companheiros Solange Moreira Barreto e Silva e Vanderlei Moreira e Silva, do Movimento de Atingidos por Barragens

O Movimento Brasil Popular vem a público manifestar profunda solidariedade aos companheiros Solange Moreira Barreto e Silva e Vanderlei Moreira e Silva, camponeses, fecheiros e militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Solange Moreira Barreto e Silva, camponesa, fecheira, militante do MAB e agente comunitária de saúde. Foto: Patrícia Sousa,

A luta das comunidades tradicionais de fundo e fecho de pasto no oeste da Bahia é marcada por processos de organização e resistência popular frente ao avanço do agronegócio e do latifúndio, que ameaçam profundamente os modos de vida, trabalho e existência dessas comunidades. Trata-se de uma luta legítima pelo direito à terra, à permanência nos territórios e pela continuidade das formas tradicionais de produção e reprodução da vida e da cultura fecheira.

No dia 16 de maio de 2025, de forma arbitrária e truculenta, Solange Moreira Barreto e Silva e seu companheiro Vanderlei Moreira e Silva foram presos ao desembarcar no aeroporto do Rio de Janeiro, sem qualquer informação prévia sobre acusações ou justificativas legais para a ação. Ambos são camponeses e fecheiros da comunidade tradicional de Fundo e Fecho de Pasto de Brejo Verde, no município de Correntina (BA).

Infelizmente, essa não é uma ação isolada. Outros trabalhadores e trabalhadoras vêm sendo perseguidos, criminalizados e ameaçados em seus territórios de vida e trabalho. Diversas famílias estão sob constante ameaça e violência psicológica, resultado da atuação orquestrada por empresas do agronegócio que invadem os territórios tradicionais de fundo e fecho de pasto.

Repudiamos veementemente a ação violenta e criminosa do aparato policial do Estado da Bahia, que atua com a conivência do Judiciário para aterrorizar e criminalizar a luta popular em defesa da regularização fundiária dos territórios de fundo e fecho de pasto frente à violência promovida pelo agronegócio.

Exigimos:

  • A imediata libertação dos fecheiros detidos injustamente;
  • A suspensão imediata das invasões policiais nas comunidades tradicionais;
  • O respeito, a garantia e o restabelecimento dos direitos humanos e territoriais dessas populações.

A luta pelo reconhecimento e pela regularização fundiária dos territórios de fundo e fecho de pasto é justa, legítima e urgente. Lutar em defesa da terra, da cultura fecheira e da vida não é crime.

Movimento Brasil Popular

23 de maio de 2025

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