Ousamos transformar a esperança em organização: dois anos de Movimento Brasil Popular

“Assumimos o desafio de, no seio do povo, viver, ser e superar junto a esse mesmo povo as barreiras impostas pelo sistema capitalista”. Foto: Dule Maria

Em uma de suas canções, Milton Nascimento nos ensinou que “todo artista tem de ir onde o povo está”. Em outra, ele nos convida a cuidar da vida e do mundo, para que se tenha “alegria e muito sonho espalhados pelo caminho”. Talvez possamos encontrar nas letras de Milton o principal sentido da existência do Movimento Brasil Popular, organização fundada há apenas dois anos, mas que tem em sua história décadas de um profundo compromisso com a transformação radical da sociedade brasileira. 

No caminho de nos forjar um bom artista coletivo, nesses dois anos, assumimos o desafio de, no seio do povo, viver, ser e superar junto a esse mesmo povo as barreiras impostas pelo sistema capitalista, racista e patriarcal, que se alimenta da exploração e da opressão da grande massa de trabalhadores e trabalhadoras desse país. 

Para cuidar da vida e do mundo, ousamos buscar transformar a esperança, que insiste em se renovar, em organização popular, nas periferias, sindicatos, parlamentos e universidades. Teimamos, ao passo que contribuímos com a defesa necessária da democracia brasileira e com a reconstrução do país, em não perder de vista o horizonte socialista da construção do Projeto Popular para o Brasil.

Insistimos, com nosso exemplo pedagógico, bandeiras e lutas, em construir no dia-a-dia e convocar toda a esquerda brasileira a construir conosco os princípios da solidariedade, da soberania, do desenvolvimento, da sustentabilidade, da democracia, do feminismo popular e da igualdade étnico-racial. 

Encaramos de frente o combate à extrema direita, sem subestimar o tamanho de nossos inimigos. Ao mesmo tempo, não negamos que se inaugurou no Brasil um período de possibilidades que, se bem aproveitado, permitirá darmos um salto adiante na organização da classe trabalhadora brasileira. 

Mesmo em um contexto de fragilidade da maioria, senão todas, as organizações do campo democrático e popular, que passaram os últimos anos sofrendo duros ataques, apostamos na fundação de um movimento político, que se pretende de massas. Sabemos que, se a construção da revolução brasileira não é uma tarefa pequena, também não será tarefa de poucos. 

A certeza de que só o povo organizado é capaz de fazer com que o Brasil cumpra com o seu destino é o que nos leva a insistir todos os dias na construção dessa ferramenta, vocacionada a contribuir com as tarefas revolucionárias em nosso país. 

Nos últimos dois anos, construímos cozinhas comunitárias, agentes populares, cursinhos populares, formação política, o trabalho com a juventude, a comunicação popular e nos desafiamos a levar todo esse acúmulo para as trincheiras da luta institucional. 

É certo que o caminho ainda é longo, mas ele só se faz caminhando. Vida longa ao Movimento Brasil Popular!

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