NOTA | Pelo direito à terra e contra o autoritarismo: em defesa da ocupação do MST em Lagoa Santa (MG)

Foto: Flora Vilella

Manifestamos nosso apoio e solidariedade ao Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e às mais de 500 famílias acampadas na ocupação da Fazenda Aroeiras, terreno improdutivo, abandonado há quase dez anos, em Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). 

Na última sexta-feira (8), como parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, o MST ocupou a área, reivindicando que ela seja destinada à Reforma Agrária. Desde então, as famílias enfrentam um cerco policial ilegal, que impede o direito de ir e vir dos próprios ocupantes, de apoiadores e de autoridades. Além disso, estão dificultando a entrada de itens básicos na ocupação, fundamentais para a alimentação e acesso à água, por exemplo. 

Segundo o movimento, a postura ostensiva da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), sob comando do governador Romeu Zema (Novo), está ainda colocando em risco pessoas que precisam sair do local para fazer tratamentos médicos, entre outras violações. 

Tudo isso acontece em um contexto no qual a Justiça negou, no sábado (9), um pedido de reintegração, uma vez que as pessoas que se reivindicam proprietárias não conseguiram comprovar a posse do terreno. 

Ao mesmo tempo, o MST enfrenta uma série de ataques de grupos armamentistas da RMBH, estimulados pela postura do governador, que prega o ódio e a violência às famílias que lutam pelo direito à terra, ao propagar mentiras sobre o movimento, nas redes sociais. 

Denunciamos o autoritarismo de Romeu Zema e exigimos que se encerre o cerco policial às famílias. Também reivindicamos a apuração da conduta do governo e da PMMG, frente à ocupação. Se não existe reintegração de posse, o que justifica a violação do direito de ir e vir dos acampados? Se não existe reintegração de posse, de quem foi a autorização para que a PMMG empenhe recursos nessa operação? 

Sabemos que a fome e a má distribuição de terras são problemas estruturais em nosso país, que só serão combatidos com Reforma Agrária Popular. Por isso, somamos coro ao MST e reivindicamos que as mais de 5 mil famílias acampadas em Minas Gerais sejam assentadas definitivamente. 

Convidamos a todas e todos a se somarem na resistência, em defesa da ocupação da Fazenda Aroeiras, participando das vigílias e da manifestação em defesa do acampamento, que acontecerá na quarta-feira (13), às 9h, em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). 

Assinam: 

Movimento Brasil Popular

Levante Popular da Juventude

Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD)

Mandato Coletivo e Popular do Vereador Bruno Pedralva (PT)

Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM)

Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG) 

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