Nota | Morre Gustavo Gutiérrez, promotor do protagonismo dos trabalhadores

Suas ideias seguirão a inspirar cristãos e não cristãos a se engajarem na luta social e a sonhar com uma América Latina livre e soberana. Foto: Reprodução

Perdemos nesta terça-feira (22) o grande pensador, teólogo e ativista da causa dos pobres Gustavo Gutiérrez, conhecido como pai da Teologia da Libertação (TL). Gutiérrez deixa legado que influencia gerações desde os anos 1960, tendo sido referência para organizações populares de toda América Latina e do mundo.

Como observou Fidel Castro sobre sua obra, em diálogo com outro gigante de uma prática libertadora, Dom Pedro Casaldáliga, “a teologia da libertação é mais importante que o marxismo para a revolução na América Latina”.

Em um continente preponderantemente católico e cristão, a TL ganhou centenas de milhares de adeptos que atuantes nas periferias construíram organizações populares engajadas na luta por direitos, na transformação das estruturas injustas.

Gutiérrez, com suas ideias avançadas que marcaram o magistério da Igreja no continente e sua prática engajada, moveu milhares de lutadoras e lutadores do povo, com fé na construção do Reino de Justiça, a entregarem sua vida a causa da transformação.

Adeptos da TL e seguidores de Gustavo Gutiérrez lutaram vigorosamente contra as ditaduras militares na América Latina, na constituição de Comunidades Eclesiais de Base, Pastorais Sociais, movimentos populares e sindicais. Mostrando, na prática, que fé precisa ser sinônimo de luta e promoção do protagonismo dos mais pobres.

Suas ideias seguirão a inspirar cristãos e não cristãos a se engajarem na luta social e a sonhar com uma América Latina livre e soberana, desenvolvida e solidária, com justiça social para todos. Seguirão a inspirar a construção do nosso projeto popular.