As eleições municipais são oportunidade para disputa de projeto de cidades e de país. Foto: Junior Lima
As eleições de 2024 acontecem em um quadro histórico cujos elementos centrais ainda são os mesmos que marcaram a disputa eleitoral de 2022. Entre eles se destacam a hegemonia mundial do neoliberalismo, a decadência do imperialismo norte-americano, a ascensão de novos polos de poder, o aumento dos conflitos geopolíticos no mundo, o aprofundamento da crise política e o enfraquecimento das democracias liberais.
O cenário também é marcado pelo aprofundamento da crise econômica, com riscos reais de recessão da maior economia do mundo, pelo aumento exacerbado da desigualdade social, da miséria e da fome. A crise social em larga escala e a flagrante crise ambiental, com fenômenos climáticos extremos cada vez mais frequentes, afetando sobretudo a classe trabalhadora, também são contradições que dinamizam o atual momento. A luta política no Brasil está atravessada por essas crises.
Disputa decisiva
A vitória das forças democráticas e populares contra a extrema direita nas eleições de 2022 foi decisiva para a contenção do avanço das forças fascistas e representou um passo importante para o isolamento do bolsonarismo nas instituições e nas classes nas quais se enfronharam. A eleição de Lula também abriu um ciclo de oportunidade para o deslocamento de determinados setores políticos e econômicos, afastando-os da esfera de influência das forças reacionárias e atraindo-os para uma frente antifascista.
Passados dois anos, as eleições de 2024 ocorrem em um cenário no qual o lulismo e o bolsonarismo, bem como seus aliados, são as duas principais forças a disputar as cidades e o Brasil. Lula e Bolsonaro são os principais cabos eleitorais nas capitais e grandes cidades.
Diante desse contexto, a primeira tarefa das forças populares é avançar na organização popular, contribuindo com a eleição da maior quantidade de prefeitos e vereadores alinhados ao polo popular e progressista. Onde isso não for possível, devemos eleger aliados que componham o arco de alianças do governo federal.
A disputa eleitoral deste ano será um dos passos fundamentais para derrotar a extrema direita e os setores mais fisiológicos do centrão, que não titubeiam em se aliar e somar forças com o bolsonarismo e com o golpismo.
As eleições de 2024 se darão em disputas acirradas e polarizadas, nas quais os dois lados buscam crescer e se fortalecer, de olho nas eleições de 2026, quando, além do presidente, dos governadores e deputados estaduais e federais, elegeremos dois dos três senadores de cada estado.
Projeto de cidade e de país
A extrema direita e o bolsonarismo nada tem a falar sobre os reais problemas das populações das cidades e são carentes de propostas efetivas para a educação, saúde, segurança pública, transporte, saneamento, meio ambiente, alimentação saudável, entre outros.
Ao contrário, a esquerda, e em especial o Partido dos Trabalhadores, tem um largo acúmulo na gestão dos municípios e foi pioneira na implementação de programas e políticas públicas que transformaram as nossas cidades. O golpe do impeachment de 2016 e a ofensiva neoliberal que caracteriza os últimos dez anos no Brasil interromperam e retrocederam esses avanços. Dessa forma, as eleições municipais são oportunidade para disputa de projeto de cidades e de país, e, nesse sentido, se constituem como oportunidade para o avanço do projeto popular.
Nossa tarefa é dialogar com a sociedade brasileira, apontando para a organização e participação popular, estimulando o debate sobre as políticas públicas que queremos para as nossas cidades, de maneira a colocar na ordem do dia a importância de eleger vereadores e prefeitos progressistas, comprometidos(as) com a sustentação do projeto do governo Lula e com a reeleição desse projeto em 2026.
Dessa forma, poderemos acumular forças para uma reforma política que altere o atual sistema eleitoral, que é uninominal e fortemente influenciado pelo dinheiro, prejudicando o debate de ideias e de projeto, e fragilizando a democratização da representação política no Brasil.
As eleições de 2024 serão fundamentais para avançarmos na construção de uma nova maioria política no país. Elas podem e devem contribuir com a luta ideológica e popular, essenciais no enfrentamento à polarização política, para o avanço do projeto vitorioso em 2022 e para derrotar o neofascismo e o neoliberalismo.
Arregacemos as mangas e mãos à obra. Que nossas campanhas acumulem na construção de um Projeto Popular para o Brasil!