Por Cristiano Machado e Emilly Firmino
No Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, o Movimento Brasil Popular esteve presente no 1º Festival Zumbi Vive. A atividade aconteceu em frente ao Armazém do Campo, na Praça Deodoro, e ocupou o centro da capital para celebrar a data e reivindicar justiça racial através da promoção de cultura e solidariedade.
Realizado em conjunto com o Centro de Cultura Negra (CCN), o Festival reuniu organizações como o Movimento Brasil Popular, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Levante Popular da Juventude e a União Por Moradia Popular; também iniciativas como o curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (LIESAFRO) e o Mãos Solidárias. Para estes, atividades como essa são fundamentais para avançar na construção de políticas públicas de equidade racial em um estado composto por um grande território quilombola e com a população majoritariamente negra.
Identificando a promoção da arte como um dos caminhos para fazer a luta, celebrar e manter viva a cultura negra, o Festival reuniu atrações como roda de capoeira, o Bloco Afro Akomabu, DJ’s, rappers, reggae e cantores e cantoras populares. Além disso, também contou com uma Feira Afro, protagonizada por empreendedores negros, e com a participação de intelectuais e militantes do movimento negro.
Reafirmando o compromisso dos movimentos populares com a solidariedade e a luta contra a miséria e a fome, a noite também foi marcada pela entrega de um sopão para a população em situação de rua da região. A ação foi organizada pelo Mãos Solidárias, iniciativa contínua de solidariedade que nasceu durante o período da pandemia e realiza ações cotidianamente na capital maranhense e em outros municípios do Brasil. O objetivo destas ações é reforçar a dimensão de uma solidariedade orgânica, ativa e de classe enquanto um princípio e método de ação capaz de transformar a realidade.
Durante o Festival também foram dadas as boas-vindas aos intercambistas do Programa Caminhos Amefricanos. Através da parceria entre o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Programa está dando vida ao primeiro curso de licenciatura do Brasil com foco nas africanidades e afro-brasileiras. Neste ano, o LIESAFRO está recebendo delegações de Moçambique, Cabo-Verde e Colômbia que ficam até o final do mês de novembro para participar de conferências e atividades culturais promovidas pelo Programa.
Edição: Vanessa Gonzaga