O Movimento Brasil Popular declara apoio irrestrito à fala de Lula. / Ricardo Stuckert
O presidente Lula, no último domingo, 18 de fevereiro, declarou diante dos países da União Africana em agenda na Etiópia que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio”, comparando as ações do Estado de Israel com o Holocausto provocado pela Alemanha nazista de Hitler contra os judeus.
Os fatos não mentem e precisamos repetir: as agressões do Estado sionista de Israel contra o povo palestino não iniciaram após o 7/10. Por mais repetitivo que isso seja, é fundamental que sejam resgatados os anos de opressão vividos desde que o projeto de colonização da região iniciou. Vilas inteiras destruídas, famílias desalojadas, mais de 750 mil palestinos foram despejados e removidos forçosamente de suas terras em 1948 no episódio conhecido como a Nakba, a tragédia.
A limpeza étnica promovida pelo Estado sionista de Israel envolveu, desde então, uma série de mecanismos criminosos, de assassinatos, punição coletiva, regime de apartheid e até mesmo controle populacional e eugenista da população resistente palestina que permaneceram nos territórios hoje controlados integralmente pelo Estado sionista de Israel. Vale ressaltar que, do rio ao mar, Israel já possui controle efetivo do povo palestino e impediu, desde então, mesmo diante de diversos diálogos de paz, o estabelecimento de um Estado palestino soberano a partir das fronteiras definidas pela ONU, seja o plano de partilha de 1948, seja o de 1967, seja a efetivação dos Acordos de Oslo.
O território da Cisjordânia e de Gaza vivem inteiramente sobre ocupação militar israelense, a mais longa ocupação militar da história. É Israel quem decide quem entra, quem sai, o que entra, o que sai. É Israel quem controla a fronteira da Cisjordânia com a Jordânia. É Israel que realiza a emissão da identidade para milhões de palestinos, muitos do quais precisam cruzar diariamente o muro da vergonha, um muro de mais de 500 km que divide a Cisjordânia e Gaza e que impede o livre acesso de palestinos à Jerusalém, mesmo o direito internacional reconhecendo Jerusalém Oriental como parte do território palestino.
É portanto falsear a realidade querer contar a história desde 7 de outubro. E nós impediremos Israel de contar a história a seu bel prazer. Notório inclusive, como denunciam organizações israelenses anti-sionistas, que Israel utiliza a arqueologia como ferramenta para falsificar a história e justificar seus crimes, justificar seu “direito-divino” àquelas terras.
Nós enquanto povo brasileiro, país que tem no seio de sua formação história a violência colonial contra os povos indígenas e o povo preto forçosamente trazido de África para serem escravizados nessas terras, temos o dever histórico e moral de nos posicionar ao lado do povo palestino, que sofre o jugo da violência de colonizadores amplamente financiados pelo imperialismo europeu e estadunidense.
Neste sentido, afirmamos: Lula tem razão, e estamos diante de um genocídio televisionado e reproduzido diariamente por uma mídia completamente hegemonizada pelo poderio econômico da elite sionista internacional, que lucra com a morte e a guerra. Diante de sua manifestação, o Movimento Brasil Popular declara apoio irrestrito à fala de Lula e espera que o Estado sionista de Israel seja julgado pelos crimes cometidos contra à humanidade.