O Jardim Pantanal fica na zona leste de São Paulo Foto: Jorge Maruta / USP Imagens

Mais uma vez alagou! O Jardim Pantanal, localizado no distrito do Jardim Helena, zona leste de São Paulo, está submerso mais uma vez. O ano começou, mas os problemas antigos continuam: a cada período chuvoso, milhares de famílias perdem tudo nas cheias do rio Tietê, que segue seu curso passando do ladinho do bairro.

A culpa não é do rio, não é das chuvas – ainda que desastres climáticos estejam cada vez mais comuns, consequência da destruição da natureza – e tampouco é culpa da população que ali reside. O bairro, que cresce a cada ano, é produto de uma cidade desigual que empurra os trabalhadores mais pobres para os locais com menor infraestrutura e capacidade de absorção das moradias. 

Palco de muita mobilização, o Jardim Pantanal é classificado como Área de Proteção Ambiental. O espaço é a prova de que não adianta agir com medidas paliativas, é necessário intervenções estruturais que levem em consideração a preservação do meio ambiente, ao mesmo tempo que garanta a dignidade para a população residente.

Entretanto, é necessário dizer: o projeto do atual prefeito Ricardo Nunes e do governador Tarcísio não é capaz de dar respostas. A partir do loteamento da cidade para o capital privado na atualização do Plano Diretor, do impulsionamento de grandes eventos e de produção de habitação para empresas lucrarem com aluguel temporário, São Paulo se torna uma cidade caríssima e impossível de se viver, intensificando a expulsão e gerando uma superpopulação em bairros periféricos, como é o caso do Jardim Pantanal. 

Ademais, este projeto político de privatização e retirada de direitos não é capaz de garantir a infraestrutura necessária aos bairros periféricos. Quando a crise não é referente às cheias, ela está no péssimo atendimento médico nas UBS e UPAs superlotadas, na educação de nossas crianças e jovens, na falta de alimentação adequada ou de acesso à cultura e ao lazer. A cheia das águas apenas escancara uma vida de privações. 

Diante disso, o Movimento Brasil Popular se solidariza com a população do Jardim Pantanal e convoca a todos os lutadores e lutadoras para construir uma saída coletiva para este e outros problemas do bairro. Hoje atuamos com uma Cozinha Popular e o curso de Agentes de Educação Popular em Saúde, como ferramentas de organização do povo! Somos mais de quinze mulheres lutando e sonhando em construir um mundo diferente, com mais oportunidades para todos.

Junte-se a nós, organize sua revolta. A saída é coletiva, e em coletivo o povo pode mudar a sua própria realidade!