Encontro reúne mais de 100 movimentos populares e sindicais para organizar Plebiscito Popular

A consulta quer ouvir o povo brasileiro sobre a escala 6×1 e a taxação dos super-ricos. Foto: Marcelo Victorio

170 representações de movimentos populares, centrais sindicais e organizações sociais se reúnem na cidade de Praia Grande, no litoral paulista, no Curso Nacional de Multiplicadores do Plebiscito Popular por um Brasil Mais Justo, até o próximo domingo (1º). O objetivo é montar um grande grupo de formadores de diferentes lugares do país para enraizar a construção nos estados. 

A iniciativa será um grande processo de escuta do povo brasileiro sobre a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, englobando o fim da escala 6×1; a taxação dos super-ricos e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

Além disso, o plebiscito é uma ferramenta de unidade de ação da esquerda brasileira, como destaca Igor  Felippe Santos, da Secretaria Nacional do Plebiscito Popular e militante do Movimento Brasil Popular.

“Precisamos avançar na organização popular e reconectar as nossas organizações com o povo brasileiro”, aponta. 

Durante os dias do curso, que começou na quinta-feira (29), os participantes aprenderão tanto sobre os temas relacionados às perguntas, a exemplo da questão tributária no Brasil e da história da luta pela redução da jornada de trabalho, quanto sobre o passo a passo para montar comitês municipais e estaduais do plebiscito para organizar a coleta de votos.

O objetivo é montar um grande grupo de formadores de diferentes lugares do país para enraizar a construção nos estados. Foto: Marcelo Victorio

A socióloga Rosilene Wansetto, que é secretária executiva do Jubileu Sul Brasil, participou da construção de todos os plebiscitos organizados pelos movimentos populares brasileiros desde a década de 80, a exemplo do Plebiscito da ALCA, que reuniu 10 milhões de votos em 2002 e foi decisivo para barrar a implantação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA)  em toda a América Latina. 

Para Rosilene, esta é uma oportunidade de retomar a mobilização popular no Brasil. “Precisamos dialogar, ir ao encontro do povo. O mais importante é estar junto das pessoas, nas ruas. O plebiscito é sinônimo de mobilização, organização e educação popular”, ressalta ela. 

O curso de multiplicadores deve ser seguido, nas próximas semanas, por eventos de lançamento do Plebiscito Popular nos estados, além de cursos estaduais. Já a coleta de votos começará no mês de julho e irá até o mês de setembro. Os votos devem ser entregues ao presidente Lula (PT), ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), para pressionar pela implementação das medidas. 

Edição: Ana Carolina Vasconcelos

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