Bruno Engler nada fez além de ajudar na aprovação de projetos de lei nefastos para o estado. Foto: Divulgação
Belo Horizonte está sob o risco de ser governada por um representante do que há de pior na política brasileira. O bolsonarista Bruno Engler (PL), que disputa o segundo turno das eleições municipais contra o atual prefeito Fuad Noman (PSD), possui uma agenda ultraliberal, reacionária e de retrocessos para a população da capital mineira.
Infelizmente, os representantes do campo progressista não chegaram ao segundo turno e, diante deste contexto, não existe outra alternativa que não o apoio à candidatura de Fuad Noman e o voto no 55, para enfrentar o avanço do neofascismo em nossa cidade.
Nós, do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento Brasil Popular, do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), do Levante Popular da Juventude e do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), acreditamos que acumular forças e impor derrotas à extrema direita é uma das tarefas centrais da nossa geração.
O resultado do primeiro turno indica que a esquerda do município precisa se rearticular, retomar o debate sobre o programa que queremos para a cidade e não vacilar na defesa da democracia.
Para acumularmos forças em torno de um projeto democrático e popular e impor uma derrota à extrema direita, impedindo que Bruno Engler chegue à prefeitura, precisamos retomar as ruas, em uma grande campanha contra o neofascimo e de retomada do debate ideológico com o povo.
Belo Horizonte é uma cidade com um largo histórico de lutas e, mais uma vez, o povo é convocado a entrar em cena e a enfrentar as investidas antidemocráticas de cabeça erguida. Com organização e luta, podemos impedir o bolsonarismo de chegar à prefeitura.
Engler na prefeitura significa retrocesso
Ter Bruno Engler na Prefeitura de Belo Horizonte significaria o avanço das privatizações; a entrega de nosso patrimônio e recursos naturais para a iniciativa privada; o desmonte de serviços públicos essenciais, como saúde, educação e segurança pública; retrocessos na questão ambiental, mesmo diante do agravamento da emergência climática; o aumento da quantidade belo-horizontinos sem moradia e sem trabalho; além da constante ameaça à democracia, a qual o candidato já demonstrou diversas vezes não ter nenhum receio em atacar.
Bruno Engler tem entre seus principais doadores de campanha empresários vinculados à mineração e ao agronegócio, indicando que, caso seja eleito, as mineradoras terão passe livre para mandar e desmandar na principal cidade de Minas Gerais.
Ou seja, vão avançar os empreendimentos minerários, inclusive na Serra do Curral e na Serra do Gandarela, ameaçando o patrimônio ambiental e cultural da capital mineira, e colocando em risco a segurança hídrica de toda a Região Metropolitana de BH.
Bolsonarista de carteirinha, Bruno Engler assumiu orgulhosamente não ter se vacinado contra a covid-19, zombando das mais de 700 mil vítimas fatais do negacionismo genocida disseminado por ele e pelo ex-presidente inelegível.
Fascista, racista, machista e LGBTfóbico, a eleição do candidato também representaria retrocessos significativos nos direitos das mulheres, negros e negras e LGBTs. Nos últimos anos, ficou evidente que, quando a extrema direita governa, há um grande crescimento da violência.
Na Assembleia Legislativa, Bruno Engler nada fez além de ajudar na aprovação de projetos de lei nefastos para o estado. Nos poucos momentos em que apareceu, já que faltou a quase 50% das reuniões da ALMG, ele ajudou a aumentar o salário de Romeu Zema (Novo), retirar direitos dos servidores públicos e isentar empresas do pagamento de impostos.
Sabemos que a primeira gestão de Fuad Noman possuiu uma série de contradições. Ao mesmo tempo, o PSD compõe a base do governo Lula e, ainda que seja um partido de centro, com o qual o campo progressista e popular de Belo Horizonte guarda profundas divergências, faz parte da frente ampla democrática que possibilitou a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas em 2022.
Diante do atual cenário, não resta dúvidas sobre a necessidade dos belo-horizontinos votarem 55 no próximo dia 27 de outubro.
A capital mineira tem relevância nacional no combate ao neofascismo por ser, economicamente e politicamente, a principal cidade de Minas Gerais, que é o segundo colégio eleitoral do país. Ou seja, o que acontecer aqui no segundo turno das eleições terá impacto direto na disputa de 2026.
Podemos avançar
Belo Horizonte é uma cidade que pulsa resistência, com um povo forjado nas lutas e que merece ter saúde, educação, moradia, trabalho, cultura, segurança e mobilidade de qualidade. As necessidades da capital mineira em nada combinam com os interesses da extrema direita.
Exemplo da força da classe trabalhadora, mesmo diante de um contexto adverso na disputa pela prefeitura, a esquerda conseguiu dobrar sua quantidade de cadeiras na Câmara de Vereadores. A presença das forças ultraliberais nesse campo de batalha segue muito grande, mas não podemos deixar de comemorar o nosso crescimento.
Destacamos a importância da reeleição de Dr. Bruno Pedralva, representante do campo popular na CMBH, com 10870 votos, como expressão da força dos movimentos populares e de nosso compromisso em lutar e cuidar da nossa cidade.
Reafirmamos nosso compromisso com o enfrentamento à extrema direita e com a construção de um projeto popular para Belo Horizonte.