Artigo | Uma comunicação que pense e fale a partir das questões do povo brasileiro

“A comunicação é componente da nossa estratégia e é fundamental para se fazer a luta ideológica na atualidade” / Foto: Junior Lima

Outubro é o mês de luta pela democratização da comunicação no Brasil. A pauta histórica dos movimentos populares por uma mídia democrática e plural ganhou maior relevância nos últimos anos, diante da proliferação de notícias falsas e do uso delas como estratégia da extrema direita no Brasil e em todo o mundo. Cada vez é mais urgente, para além do debate, o fortalecimento de iniciativas de comunicação popular vinculadas aos movimentos populares.

De nossa parte, o Movimento Brasil Popular reúne uma rede de comunicadoras e comunicadores populares nos territórios em que estamos organizados, contribuímos de forma ativa com a construção do sistema Brasil de Fato em diversos estados e travamos todos os dias a batalha das redes sociais, em conjunto com os movimentos do nosso campo político. Entendemos que, além das ruas, também nas redes a unidade é bandeira insubstituível e lançamos nosso site com o objetivo de ser também uma revista eletrônica aberta à contribuição dos militantes e amigos. Um lugar de troca de idéias, formulação e debate com a sociedade.

O nosso investimento político em iniciativas de comunicação está calcado no compromisso e na compreensão de que a comunicação é componente da nossa estratégia e é fundamental para se fazer a luta ideológica na atualidade. Também  compreendemos a revolução como um processo e não apenas como um momento de ruptura. Nesse processo, a disputa ideológica precisa de fôlego e de ferramentas. Disputar a sociedade, difundindo as pautas da classe trabalhadora, mas também contando suas histórias, captando seus olhares, observando, reportando e narrando a nossa história desde abajo, é com o que nos comprometemos.

Fazer uma comunicação que explicite a força e o papel que as mulheres, o povo preto e a juventude tem no cotidiano da nossa organização. Fazer uma comunicação que em conjunto com outras e outros crie condições para contribuir na disputa de hegemonia na sociedade. A hegemonia e, consequentemente, a disputa de hegemonia é um elemento constituinte da nossa estratégia. 

Apostamos na formulação de uma estratégia operacionalizável. Ela precisa ser possível e não só grandes postulados teóricos. Ao mesmo tempo, buscamos entender e estudar seus elementos, a partir da teoria política e da combinação das formas de luta

Fazer uma comunicação que pense e fale a partir das questões do povo brasileiro do século XXI, com todas as suas contradições. Temos uma pergunta muito essencial para o caso do Brasil: de quem nós estamos falando? quem são os de baixo? quem são os vencidos? quem é o povo? 

O povo negro liberto e escravizado, os povos indígenas, trabalhadores operários e camponeses, e, nesse espectro, de classe: as mulheres trabalhadoras, as crianças filhas da classe trabalhadora fazem parte desse escopo de uma história de “gente comum”. 

É contar a história das revoltas, rebeliões, processos de mobilização, de organização, contar a história daqueles e daquelas que se rebelaram durante toda a história do Brasil contra os latifúndios.

Por Ana Carolina Vasconcelos, Emilly Firmino, Izabella Bontempo, Monyse Ravena e Vanessa Gonzaga, do Setor de Comunicação do Movimento Brasil Popular

Este post tem um comentário

  1. Artur Colito

    O debate da comunicação é fundamental pro avanço da classe trabalhadora. Feliz de comentar nesse novo instrumento de luta! ✊

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